terça-feira, setembro 26, 2006

Dia a Dia

Acordo. Ponho um CD. Sei lá…Futureheads (News and Tributes), bato o pé como se fosse um tique, chato e inoportuno, não o consigo evitar. Desligo.
Por agora chega destes, dirijo-me para o computador onde uma infinidade de sons se deposita em silêncio, tento escolher…vou ouvir dois álbuns novos: Ta-dah! dos Scissor Sisters e Pieces of people we love dos The Rapture. O primeiro impressiona-me pela perda do espírito disco (leiam em inglês) o segundo gostei mais, os Rapture estão de volta. Já tardavam, mas mais uma pitada de Echoes não lhe fazia nada mal.
Só após escrever este último parágrafo me dou conta que também não achei nada de mais o Room on fire ou The Libertines (e outros tantos…) quando saíram e uma semana depois rebolava-me de alegria. Hum…de facto ao fazer um grande álbum, uma banda habitua-nos, tanto até que um próximo álbum é sempre recebido com um certo cepticismo hipócrita “Eles não vão fazer melhor!”, mas o que é certo é que alguns fazem, mesmo que na primeira audição do novo álbum rejeitemos esta ideia. Só de escrever isto o novo dos Rapture soa-me ainda melhor…
Entro no carro. Bendito leitor de cd´s. Tenho por hábito trazer no carro álbuns que não ouço em casa. Tenho também por hábito viciar-me de forma abrupta e de certa forma doentia (farto-me!) em certos álbuns, novos ou antigos. Por agora perseguem-me os Fiery Furnaces com o seu EP de 2005 e os Clap your hands say yeah com o Clap your hands oh yeah. Que coisa fantástica. Repeat. Repeat. Por agora estou farto.
Final da tarde. Cansado. Ainda tenho cabeça para o Riot city blues dos amigos Primal scream, pareço um desocupado pseudo-desmaiado após um longo dia. Tudo bem, este álbum é um agonista adrenérgico natural que penetra por via auditiva.
Mas nem só de Indie1 vive o mundo, o meu pelo menos. A noite chega trazendo a melancolia pós-verão, é tempo de ouvir qualquer coisa calma e que me embale até amanha…Percorro sem destino os álbuns que aqui tenho ao lado, para metade nem olho, intrinsecamente sei que não é isto que quero…Achei! Outro e ainda outro! We are the acid house kings (adivinhem de quem!) - páro a narrativa para acrescentar um comentário: se estes cd´s fossem livros já teriam as páginas rasgadas e sujas de tanto uso – Illinois (Sufjan Stevens), e Ted Lennon (homónimo). Este último foi encomendado on-line há uns tempos por mim e um querido amigo, a coisa era ainda semi-amadora, tanto ou tão pouco que até vinha autografado…
As pálpebras escondem a vivacidade adquirida pela manhã enquanto as últimas notas de Nothin´changed batem, bem fundo no cérebro…Até amanhã.

1-Indie rock is a term used to refer to rock music that falls within the indie music movement. The term is sometimes used interchangeably with indie music as a whole, though more specifically implies that the music meets the criteria of being rock, as opposed to indie pop, indie dance or other possible matchups. These criteria vary from an emphasis on rock instrumentation (electric guitars, bass guitar and live drums) to more abstract (and debatable) rockist constructions of authenticity. In wikipedia.

3 comentários:

PML disse...

ah poeta!

antoniofs disse...

Eu confesso que gostei!

Bla disse...

Obrigado caro antoniofs, aproveito para aqui informar (é escusado um post para isto) que o Maman desaparece e passo a ser o Bla.